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Centro de Astrofísica da Universidade do Porto
Auroras (Boreais ou Austrais)

Quase toda a gente já ouviu falar das misteriosas luzes que aparecem nos céus de zonas perto dos pólos. As Auroras são um dos efeitos mais espectaculares (e visíveis) do Clima Espacial e são um fenómeno semelhante ao que ocorre nas lâmpadas flourescentes que temos em nossas casas.

Quando as condições são as ideais, as partículas electricamente carregadas do vento solar conseguem penetrar no campo magnético da Terra e viajar ao longo das linhas de campo. Como estas linhas vão de um pólo ao outro, a 'electricidade' do vento solar dirige-se, ou para o Pólo Norte, ou para o Pólo Sul, onde colidem com o Azoto e o Oxigénio da nossa atmosfera. Esta colisão provoca a ionização destes elementos, cujo resultado visível são bandas luminosas na alta atmosfera.

As Auroras não se limitam à Terra, tendo já sido detectadas em Júpiter e Saturno.

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Exposição à radiação

Quase toda a actividade solar pode ser chamada de radiação e toda esta radiação pode afectar não só os astronautas no espaço, mas também nos pode afectar aqui na Terra.

  • Durante um Flare solar, a quantidade de radiação libertada é tanta que um astronauta a realizar uma actividade extra-veicular teria morte imediata.
  • A dose de radiação que banha os aviões a altitude de cruzeiro é apenas 3 vezes menor que a que atinge a Estação Espacial Internacional, razão que levou a Comissão Europeia a criar uma directiva que estipula a dose máxima permitida às tripulações dos voos no espaço Europeu.
  • Durante uma tempestade solar intensa, a dose de radiação que banha um avião é tal que, se estivéssemos numa central nuclear, haveria avisos para os trabalhadores permanecerem no local apenas o tempo estritamente necessário para completar as suas tarefas e abandonar o local o mais rápido possível.
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Correntes Induzidas

Um dos perigos de todas esta 'electricidade' extra na nossa atmosfera são as correntes induzidas.

  • Os satélites no espaço podem sofrer picos de corrente que danificam ou queimam os seus componentes electrónicos. Isto é problemático para a Estação Espacial Internacional, mas também para satélites de comunicações ou de navegação, como o GPS e o futuro sistema europeu de navegação Galileu. Ou seja, se de repente perdeu o sinal de um canal de televisão, pode não ser culpa do operador de TV por cabo.
  • A nova geração de observatérios espaciais terá de ser particularmente resistente a estas correntes, já que grande parte destes serão enviados para para o ponto de Lagrange L2, a 1,5 milhões de km da Terra, o que torna impossível missões de manutenção.
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Mesmo na superfície da Terra se podem sentir os efeitos destas correntes induzidas.

  • Uma tempestade geomagnética pode induzir correntes na ionosfera, provocando falhas nas comunicações via rádio.
  • Estas correntes podem ainda viajar pelas linhas eléctricas até atingirem as centrais de produção de energia eléctrica, provocando danos ou mesmo destruindo transformadores. A mais grave ocorrência deste tipo foi no dia 13 de março de 1989, quando uma corrente induzida entrou na rede eléctrica do Quebec (Canadá) e rebentou os transformadores da HydroQuebec, deixando 6 milhões de pessoas sem energia eléctrica durante 9 horas, com temperaturas na ordem dos 15 graus negativos.
  • A 4 de Janeiro de 2000, uma colisão de 2 comboios na Noruega terá sido provocado por uma falha na sinalização. Resultado da colisão: 19 mortos e 30 feridos. O desastre coincidiu com uma altura de maior actividade solar e uma das teorias para explicar o acidente diz que as correntes induzidas por uma tempestade solar poderão ter provocado a mudança na sinalização.

Expansão da Atmosfera

As tempestades solares podem ainda aquecer a nossa atmosfera, o que provoca a expansão desta, aumentando o atrito dos objectos em órbitas baixas, como a Estação Espacial Internaiconal. Em 1979 este tipo de fricção extra provocou a queda descontrolada do Skylab, a primeira estação espacial Norte-Americana.

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