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Centro de Astrofísica da Universidade do Porto
14 junho 2010

Num artigo apresentado na versão online da revista Science (Science Express), a equipa liderada por Harold Levison (SwRI, EUA), diz que cometas famosos, como o Hale-Bopp, se poderão ter formado noutros sistemas solares.

Esta equipa produziu uma nova simulação, que aponta para que uma grande parte dos cometas de longo curso terão sido capturados a outras estrelas pela gravidade da nossa estrela. Estas estrelas pertenceriam originalmente ao mesmo enxame que o Sol, enxame este que chegou a um fim explosivo graças à ignição do gás interestelar. As estrelas do enxame foram assim expelidas para longe, deixando o Sol (e os seus cometas capturados) para trás.

Segundo Levinson, “Se assumirmos que o disco protoplanetário do Sol pode ser usado para determinar a população indígena do Sistema Solar, concluímos que mais de 90% dos cometas da nuvem de Oort têm origem extra-solar”.

Martin Duncan (Queen's University, Canadá), um dos co-autores, acrescenta ainda que “O processo de captura é surpreendentemente eficiente e apresenta a excitante hipótese da nuvem de Oort conter um autêntico sortido de material proveniente dos irmãos perdidos do Sol”.

A origem da nuvem de Oort é ainda um problema a resolver. As teorias mais aceites apontam para uma formação conjunta desta nuvem com o resto do Sistema Solar, no disco protoplanetário do Sol. Estes objectos gelados seriam depois empurrados para o exterior do Sistema Solar pela gravidade dos planetas gigantes. No entanto, neste cenário a nuvem de Oort teria muito menos objectos do que os que se pensa existirem.

No entanto, para já esta simulação é apenas um primeiro trabalho. Michel Mumma (Goddard Space Flight Center/NASA, EUA) e Hans Rickman (Obs. Astronómico de Uppsala, Suécia), investigadores não-associados à equipa, aponta algumas dificuldades desta simulação. Não se sabe ao certo qual a massa e outras características do enxame onde o Sol se terá formado. Também não se sabe com precisão a quantidade de corpos gelados que povoam a nuvem de Oort.

Apesar de tudo, diz Rickman, “É um trabalho muito interessante, e estou ansioso para ver o que irá resultar dele”

Mais Informações:
Artigo Científico na Science Express
Comunicado de imprensa Eurekalert

1. Cometa Halle-Bopp. (Luís Tirapicos, MCUL) 2. Esquema da Nuvem de Oort. (Ricardo Cardoso Reis, CAUP)