22 julho 2010
O Astrónomo Nuno Cardoso Santos, investigador do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) e professor afiliado da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, é um dos vencedores da primeira edição do prémio internacional Viktor Ambartsumian. O prémio de 500 mil dólares, anunciado a semana passada, será partilhado com os seus colegas Michel Mayor (Observatório de Genebra) e Garik Israelian (IAC). Os três investigadores foram galardoados pelo seu trabalho no estudo das estrelas que têm planetas em órbita, que dão indicações essenciais sobre os processos de formação planetária. O Prémio Viktor Ambartsumian foi criado em 2009 pelo presidente da Arménia, sendo um dos mais importantes na área da Astronomia e Astrofísica. Atribuído de dois em dois anos, distingue investigadores de qualquer país, por excepcionais contributos para a ciência. Este ano foram nomeados 14 investigadores ou equipas, cabendo o prémio ao trio liderado pelo Professor Michel Mayor (U. Genebra), que em 1995 co-descobriu o primeiro exoplaneta à volta de uma estrela do tipo solar (51 Pegasi). Nuno Santos, autor de 128 artigos científicos já publicados com mais de 5200 citações, ao receber a notícia do prémio, comentou: “Estou obviamente muito feliz. Espero sobretudo que este reconhecimento possa, de alguma forma, ajudar a astronomia nacional a fazer cada vez mais e melhor”. Para tal está em desenvolvimento o projecto ESPRESSO, um espectrógrafo de alta resolução a ser instalado no observatório VLT (ESO), com o objectivo de encontrar planetas rochosos semelhantes à Terra. O investigador português lidera a equipa nacional deste consórcio. Nos dias de hoje são conhecidos cerca de 500 planetas extra-solares, muitos dos quais (em especial os de pequena massa) descobertos pela equipa liderada pelo professor Michel Mayor. Entre eles está o mais pequeno exoplaneta descoberto, Gliese 581e, com apenas 1,9 massas da Terra, em cuja descoberta Nuno Santos também esteve envolvido. Apesar do já elevado número de planetas extra-solares detectados, os mecanismos de formação destes sistemas são ainda pouco compreendidos. Por isso a equipa dedica-se também a tentar compreender melhor as propriedades destes sistemas planetários (e das suas estrelas-mãe), de modo a melhorar os actuais modelos de formação planetária. Nuno Santos já tinha anteriormente sido distinguido com a atribuição de uma das mais cobiçadas bolsas europeias, pelo European Research Council Starting Grant em 2009. Notas: |