Novas regiões de formação estelar na Via Láctea

1. Imagem artística da nossa galáxia. NASA/JPL-Caltech/R. Hurt (SSC-Caltech)

2. A nebulosa de Orion é uma das maiores regiões regiões H II conhecida na nossa galáxia. Chris Davis, Tom Megeath, Nanda Kumar et al.

28 maio 2010

Com base em observações nas bandas do Infravermelho e do Rádio, uma equipa de astrónomos detectou novas regiões de formação estelar, conhecidas como Regiões H II. Esta descoberta fornece novas pistas acerca da estrutura e composição química da nossa galáxia. Estes resultados foram apresentados na reunião da American Astronomical Society (Sociedade Americana de Astronomia), na Miami (EUA).

Segundo Thomas Bania, da Universidade de Boston “nós podemos estabelecer uma relação entre estas zonas e a forma geral da galáxia. Com mais algumas observações, seremos capazes de compreender melhor o processo de formação estelar, e de comparar a composição química destes locais, a diferentes distâncias do centro galáctico”.

Como estas zonas são em grande parte opacas à luz visível foram utilizados dados na banda dos Infravemelhos (telescópios espacial Spitzer) e na banda Rádio (VLA). Segundo Loren Anderson , do Laboratório Astrofísico de Marselha (França), “Os objectos que apareciam como brilhantes em ambas as bandas são bons candidatos a Regiões H II”.

Observando essas zonas com o rádio-telescópio de Green Bank (EUA), foi possível detectar a emissão resultante da recombinação de electrões com protões, para formar hidrogénio. Esta emissão confirma a presença de regiões H II.

Desta análise, resultou a descoberta de 25 regiões H II mais distantes do centro galáctico que o Sol.

Para Bania, “Encontrar as que estão mais distantes que o Sol é importante, porque fornecem informação vital acerca da evolução química da nossa galáxia. Há indícios que a abundância de elementos pesados varia com a distância ao centro galáctico, e agora temos mais objectos para estudar, que nos ajudarão a perceber melhor este efeito”.

Nota:
Regiões H II são gigantescas nuvens de gás, onde os átomos de hidrogénio estão ionizados (desprovidos de electrões), devido à intensa radiação de estrelas jovens e massivas na vizinhança.

Para mais informações:
Comunicado de imprensa do NRAO.