1 segundo mais até 2006
Dez, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três, dois, um, um... feliz 2006! Desde 1884 que os relógios normais baseiam a sua contagem do tempo no conhecido Tempo Médio de Greenwich. Esta contagem está directamente relacionada com a posição do Sol relativamente ao Meridiano de Greenwich (a linha de longitude zero). O resultado desta medição é o Tempo Universal (UT), que corresponde ao Tempo Solar Médio de Greenwich. O segundo a mais deste ano será adicionado ao UT no final de 2005 e fazendo com que 2006 chegue 1 segundo depois do que se estaria à espera. O Tempo Universal depende do movimento de rotação da Terra, cuja velocidade sofre variações, em parte devido a fenómenos atmosféricos, a distúrbios geológicos, como os sismos, mas principalmente devido a forças de maré que são causadas pela força gravitacional que os corpos exercem uns sobre os outros. Estas variações, embora pequenas, são contínuas e quando combinadas resultam na diminuição da velocidade de rotação do nosso planeta. Por isso, o dia é agora cerca de 2 milisegundos mais longo do que era há 200 anos atrás. O cálculo do "tempo" é uma tradicional responsabilidade dos astrónomos e são eles os primeiros a afirmar que estes segundos adicionais são essenciais. Sem eles a hora "normal" há muito que não coincidiria com a hora solar, que podemos facilmente observar utilizando um relógio de Sol. Um segundo a mais ou a menos pode não parecer importante, mas cada vez vivemos mais dependentes de mecanismos e de tecnologia que, para funcionarem bem, exigem uma medição precisa e correcta do tempo. O Serviço Internacional de Sistemas de Referência Tempo-Espaço, com sede no Observatório de Paris, é a entidade que define, a cada 6 meses, se se deverão aplicar alterações ao "tempo", ou seja, se se devem acrescentar ou subtrair segundos aos 250 relógios atómicos que existem na Terra. Desde 30 de Junho de 1972 já se acrescentaram 22 segundos ao "tempo". Normalmente isto acontece à meia-noite do dia 31 de Dezembro, mas por vezes as alterações são feitas no final de Junho. Sem estas correcções estima-se que ao fim de 1.000 anos a diferença entre o tempo solar e tempo "terrestre" seria de 1 hora! Informações adicionais
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