Astronomia de ponta no Centro de Astrofísica da U.Porto

1. Imagem artística do E-ELT (Crédito: ESO / L. Calçada)

2. Diagrama Cor/Magnitude de 150 das galáxias já observadas pelo CALIFA. (Crédito: CALIFA)

10 outubro 2013

Na próxima semana, o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto recebe duas importantes reuniões científicas internacionais.

A primeira destas reuniões trará ao Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP1) o E-ELT Project Science Team2(PST), o concelho consultivo internacional que, durante a construção, decidirá o rumo do maior telescópio ótico da próxima geração – o colosso de 39,3 metros de diâmetro E-ELT3.

A segunda reúne no CAUP a equipa do CALIFA, uma das maiores pesquisas de galáxias de sempre. Os dados deste levantamento já permitiram, por exemplo, que uma equipa liderada pelos investigadores do CAUP Polychronis Papaderos e Jean Michel Gomes, explicasse um mistério com 30 anos sobre núcleos ativos de galáxias.

O CAUP, no seu esforço contínuo para a promoção da cultura científica nacional, leva esta investigação de ponta aos cidadãos, com cada uma destas reuniões a apresentar uma noite dedicada ao público em geral, de entrada livre e gratuita.

No dia 15 de outubro, pelas 21h15, o astrónomo do ESO4 Joe Liske (também conhecido por Dr. J, a estrela dos videocasts Hubblecast e ESOcast), irá apresentar a palestra “Reaching for the stars: the European Extremely Large Telescope”. No final da palestra, Liske será acompanhado pelos astrónomos Carlos Martins (CAUP, E-ELT PST), Jason Spyromilio (ESO, E-ELT Programme Scientist) e Suzanne Ramsay (ESO, E-ELT Instrument Scientist), para uma sessão de perguntas e respostas.

Para quem não puder estar presente, a palestra será também transmitida via streaming em www.astro.up.pt/e_elt. Estará ainda ao dispor um sistema de chat ao vivo, para que possam colocar questões na sessão de perguntas e respostas.

No dia 17 de outubro será o consórcio CALIFA5 a tomar o palco. Às 20h30 haverá um programa cultural, seguido de uma tertúlia com o Professor Orfeu Bertolami, do dep. de Física e Astronomia da Faculdade de Ciências da U.Porto. Pelas 22h00, Jesus Falcon Barroso (Instituto de Astrofisica de Canarias) e Glenn van de Ven (Max-Planck Institute for Astronomy), do consórcio CALIFA, apresentam a palestra “Exposing the intimate life of galaxies”.

Ambos os programas públicos decorrem no auditório do CAUP/Planetário do Porto. No dia 15 de outubro, se o tempo o permitir, depois da sessão de perguntas e respostas haverá uma sessão de observação com telescópio.

Notas:

  1. O Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) foi criado em maio de 1989 (Programa Mobilizador de Ciência e Tecnologia) e iniciou as atividades em outubro de 1990. É uma associação científica e técnica privada, sem fins lucrativos e reconhecida de utilidade pública. Inscreve entre os seus objetivos apoiar e promover a Astronomia através da investigação científica, da formação ao nível pós-graduado e universitário, do ensino da Astronomia ao nível não universitário (básico e secundário) e da divulgação da ciência e promoção da cultura científica.
    É o maior instituto de investigação em Astronomia em Portugal, com mais de 80 pessoas. Desde 2000 que é avaliado como "Excelente" por painéis internacionais, organizados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (< href="http://www.fct.pt/" target="_blank">FCT).
  2. A E-ELT Project Science Team é composta por: Chair – Giuseppe Bono (INAF - Osservatorio Astronomico di Roma) ; Jordi Cepa (U. de La Laguna e Instituto de Astrofísica de Canarias) ; Gael Chauvin (Laboratoire d'Astrophysique de l'Observatoire de Grenoble) ; Thérèse Encrenaz (Observatoire de Paris) ; Roland Gredel (Max Planck Institute for Astronomy) ; Tom Herbst (Max Planck Institute for Astronomy) ; Isobel Hook (U. Oxford / INAF - Osservatorio Astronomico di Roma) ; Christoph Keller (Observatório de Leiden) ; Oleg Kochukhov (U. Uppsala) ; Rubina Kotak (Queen's University Belfast) ; Carlos Martins (CAUP) ; Didier Queloz (U. Cambridge) ; Roberto Ragazzoni (INAF - Osservatorio Astronomico di Padova)
  3. O E-ELT (European Extremely Large Telescope, ou telescópio europeu extremamente grande), terá um espelho composto por 798 hexágonos de 1,45 metros cada, com estrutura em favo de mel, que em conjunto somarão 39,3 metros de diâmetro. Prevê-se que o E-ELT tenha precisão suficiente para, por exemplo, analisar as atmosferas de exoplanetas ou medir em tempo real a aceleração da expansão do Universo.
    Portugal, como membro de pleno direito do ESO, é um dos parceiros deste projeto, contribuindo com 5,1 milhões de euros até 2023, cerca de 0,5% do custo total do telescópio.
  4. O ESO (Observatório Europeu do Sul) é a mais importante organização intergovernamental europeia para a investigação em astronomia e é o observatório astronómico mais produtivo do mundo. É financiado por 15 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Itália, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia e Suíça.
    O ESO destaca-se por levar a cabo um programa de trabalhos ambicioso, focado na conceção, construção e funcionamento de observatórios astronómicos terrestres de ponta, que possibilitam aos astrónomos importantes descobertas científicas.
    O ESO mantém em funcionamento três observatórios de ponta, no Chile: La Silla, Paranal (VLT, VISTA e VST) e Chajnantor (ALMA).
  5. O CALIFA (Calar Alto Legacy Integral Field Area Survey) é o maior e mais extenso levantamento de galáxias alguma vez feito. Irá observar 600 galáxias, durante 250 noites, com um espectrógrafo composto por 350 fibras óticas, cada uma a observar uma área do céu correspondente ao tamanho de uma moeda de 1 euro a 80 metros de distância. Com este instrumento é possível mapear em detalhe objetos extensos como galáxias, com apenas uma única exposição. Os dados do CALIFA permitirão aos astrónomos responder a algumas das perguntas fundamentais sobre evolução de galáxias.
  6. O consórcio CALIFA é formado pelas seguintes instituições: Astrophysical Institute, Academy of Sciences of the Czech Republic, República Checa; Australian Astronomical Observatory, Austrália; Centro Astronómico Hispano Alemán, Espanha; Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, Portugal; Institut d'Astrophysique de Paris, França; Instituto de Astrofísica de Andalucía, Espanha; Instituto de Astrofísica de Canarias, Espanha; Instituto de Física de Cantabria, Espanha; Laboratoire d'Astrophysique de Marseille, França; Leibniz Institut für Astrophysik, Potsdam, Alemanha; Max-Planck Institute for Astronomy, Alemanha; Observatoire de Paris, França; Peking University – Kavli Institute for Astronomy and Astrophysics, China; Royal Military College of Canada, Canadá; Tianjin Normal University, China; Universidade Autónoma de Madrid, Espanha; Universidade Complutense de Madrid, Espanha; Universidade de Granada, Espanha; Universidade de Zaragoza, Espanha; Universidade de Bochum, Alemanha; Universidade de Cambridge, Reino Unido; Universidade de Copenhaga – Dark Cosmology Centre, Dinamarca; Universidade de Edimburgo, Reino Unido; Universidade de Groningen – Kapteyn Astronomical Institute, Holanda; Universidade de Heidelberg – Landessternwarte Königstuhl, Alemanha; Universidade de Lisboa, Portugal; Universidade de Missouri-Kansas City, EUA; Universidade de Sidney, Austrália; Universidade de Viena, Áustria.