Um meteoróide atinge a Lua

1. Um meteoróide atinge a Lua. (©NASA/MSFC)

2. Curva de luz da explosão de 2 de Maio no Mare Nubium. (©NASAMSFC)

12 julho 2006

Há uma nova cratera na superfície da Lua. Tem cerca de 14 metros de diâmetro, 3 metros de profundidade e menos de 3 meses de idade!

"A 2 de Maio de 2006 um meteoróide atingiu a região da Lua conhecida como Mar das Nuvens (Mare Nubium), com uma energia cinética de 17 mil milhões de joules, o que corresponde a cerca de 4 toneladas de TNT", afirmou Bill Cooke da NASA. "O impacto provocou uma explosão que foi registada por um telescópio de 10 polegadas."

Os impactos de meteoróides na Lua são habituais, mas não é todos os dias que acompanhamos em "directo" a formação de uma nova cratera. O vídeo que aqui mostrámos está 7 vezes mais lento do que a realidade, de outra forma não veríamos nada. A duração da explosão foi de quatro décimos de segundo

A energia do impacto foi calculada tendo em conta a duração do clarão da explosão e a sua magnitude (magnitude 7). A partir destes dados também é possível estimar as dimensões da cratera e ainda a dimensão e velocidade do próprio meteoróide: "O meteoro teria 25 cm de diâmetro e uma velocidade de 38 quilómetros por segundo."

A NASA tem analisado com a atenção o impacto de meteoróides na Lua, pois o regresso de astronautas ao nosso satélite natural assim o determina. É necessário perceber se os meteoróides poderão constituir um perigo para os astronautas. "Ninguém sabe quantos meteoróides atingem diariamente a Lua". Ao registar estes clarões e explosões poderemos determinar quantas vezes e com que intensidade a Lua é atingida.

O trabalho de pesquisa já começou, Com a ajuda de um telescópio autómato, construído por Rob Suggs e Wesley Swift do Centro de Voo Espacial Marshall, o grupo de Bill Cooke tem observado o lado escuro da Lua cerca de 10 vezes por mês. Durante o primeiro teste do equipamento, que aconteceu a 7 de Novembro de 2005, foi registada uma explosão, e esta era apenas a primeira noite de observações. Um pequenino detrito proveniente do cometa Encke atingiu o Mare Imbrium (Mar das Chuvas), produzindo uma cratera com 3 metros de diâmetro.

Agora se iniciaram as observações contínuas, o grupo detectou uma segunda explosão (a de 2 de Maio de 2006), e para a detectar apenas foram necessárias 20 horas de observação. O grupo de investigadores acredita que este meteoróide seria esporádico e não algo proveniente de um cometa ou asteróide. "É um bom começo", afirma Cooke. No entanto, há ainda muito trabalho pela frente, para preparar, da melhor forma possível, o regresso de astronautas à Lua.

Para mais informações
http://science.nasa.gov/headlines/y2006/13jun_lunarsporadic.htm