Estrelas nascem de igual modo em todo o Universo

1. Imagem do 'coração' da Via Láctea. (ESO, Digitized Sky Survey 2 & S. Guisard)

2. Enxame Arches (© ESO/P. Espinoza)

8 junho 2009

Observações efectuadas ao enxame Arches (o Arco) pela nova câmara de óptica adaptativa NACO, (VLT - ESO), permitiram verificar que, independentemente das condições em que se encontram, as estrelas nascem nas mesmas proporções por todo o Universo.

O enxame Arches é um caso muito especial na nossa galáxia. Situado a 25.000 anos-luz na direcção do Sagitário (o Arqueiro), é muito denso (cerca de 30 mil massas solares concentradas numa região de apenas 1,3 anos-luz de diâmetro), relativamente jovem (menos de 2,5 milhões de anos) e está perto do buraco negro supermassivo no centro da nossa galáxia. É por isso o “laboratório” ideal para estudar como se formam estrelas em condições extremas.

Mas observar este enxame é extremamente difícil, porque aquela zona é fortemente obscurecida por poeiras, o que torna as observações, mesmo na banda do infravermelho, muito complicadas. Por causa destas dificuldades, até agora julgava-se que nestas zonas a percentagem de estrelas mais massivas não seria a mesma que em zonas mais calmas.

As observações da câmara NACO, as mais precisas até à data, vieram revelar que a formação estelar se faz de forma semelhante mesmo no centro da nossa galáxia. Pablo Espinoza, o líder desta equipa, disse “Com as condições extremas do enxame Arches, poderíamos imaginar que as estrelas não se formam da mesma maneira. No entanto, as nossas novas observações mostram que as massas das estrelas neste enxame afinal seguem a mesma lei universal”.

Nesta nova observação também foi possível estudar as estrelas mais brilhantes do enxame. “A estrela mais massiva que encontrámos tem cerca de 120 vezes a massa do Sol. Concluímos que, se existirem estrelas com mais de 130 massas solares, devem viver menos que os 2,5 milhões de anos do enxame, e que não explodem como supernovas no final da sua vida, como é normal para estrelas massivas”, afirmou Fernando Selman, co-autor do artigo.

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