ALMA - o início da aventura

1. As Galáxias Antena vistas pelo ALMA. (ALMA (ESO / NAOJ / NRAO))
2. Sobreposição das imagens do ALMA e do Telescópio Espacial Hubble. (ALMA (ESO / NAOJ / NRAO) & NASA/ESA Hubble Space Telescope)
3. As antenas do ALMA no Planalto de Chajnantor (Chile). (ALMA (ESO / NAOJ / NRAO) / W. Garnier (ALMA))
3 outubro 2011

O grande radio telescópio ALMA abriu pela primeira os seus olhos para observar as Galáxias Antena - algo que parece totalmente apropriado, uma vez que o ALMA é composto por antenas que trabalham em rede.

O ALMA está ainda em construção. Esta imagem foi obtida usando apenas 12 das 19 antenas que se encontram já instaladas no topo do planalto Chajnantor, no Chile. O objetivo final do projeto é ter 66 antenas a funcionar em 2013.

As galáxias Antena (também conhecidas como NGC 4038 e 4039) são duas galáxias espirais que estão a colidir e que se encontram a cerca de 75 milhões de anos-luz de distância, na direção da constelação do Corvo. O que vemos na imagem - que foi obtida neste período de testes do observatório - é a composição de dois comprimentos de onda, das banda do milimétrico e do submilimétrico, que podem ser obtidos com o ALMA.

À medida que o ALMA for crescendo, com a adição de novas antenas, as imagens obtidas serão ainda mais nítidas e terão maior qualidade, o que faz desta imagem agora divulgada apenas um aperitivo do que se seguirá no futuro. De qualquer forma esta é sem dúvida a melhor imagem alguma vez obtida das galáxias Antena nesta gamas de comprimento de onda.

Na imagem do ALMA vemos algo que não conseguimos observar no ótico ou no infravermelho: nuvens de gás denso e frio onde se formarão novas estrelas. As observações do ALMA - que aparecem na imagem a laranja, amarelo e roxo - foram obtidas usando radiação especificamente milimétrica e submilimétrica (bandas 3, 6 e 7 do ALMA), que estão preparadas para detetar moléculas de monóxido de carbono, mas nuvens de hidrogénio, onde se formam as estrelas. Encontraram-se grandes concentrações de gás não apenas na região central das duas galáxias, mas também na região mais caótica onde as duas estão a colidir (a fundir). Aqui há muito gás - milhares de milhões de vezes a massa do Sol - o que torna esta região uma rica reserva de material para a formação de uma futura geração de estrelas.

Observações deste tipo são vitais para uma maior compreensão de como a colisão de galáxias desencadeia a formação de novas estrelas, sendo que este é apenas um exemplo das potencialidades do ALMA que abrirá as portas a fantásticas descobertas - uma autêntica alvorada cósmica.

Para mais informações
ESO
BBC

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