Ensaio geral

1. Visão artística do cometa 9P/Tempel 1 (©NASA & ESA)
2. Erupção de material no cometa 9P/Tempel 1 (©NASA, ESA)
3. O cometa 9P/Tempel 1 visto de perto - visão artística (©NASA & ESA)
4. O momento do impacto - visão artística. (©NASA & ESA)
30 junho 2005

O Telescópio Espacial Hubble (ESA/NASA) conseguiu observar uma erupção de material que ocorreu no cometa 9P/Tempel 1, que a 4 de Julho de 2005 irá ter um "encontro" especial com a sonda Deep Impact da NASA. As imagens obtidas mostram que o núcleo gelado do cometa é dinâmico e volátil. Os astrónomos esperam que a erupção de poeiras observada pelo Hubble, seja uma antevisão da que ocorrerá a 4 de Julho, quando uma carga de 360 kg levada a bordo da Deep Impact, colir com o cometa.

As observações também demonstram que as câmaras do Telescópio Espacial conseguem observar os detalhes dos acontecimentos que vão ocorrendo no cometa. Quando a câmara ACS obteve estas imagens, o Hubble estava a 120 milhões de quilómetros do cometa.

A imagem à esquerda, obtida a 14 de Junho às 7:17 (TU) mostra o cometa antes da erupção. O ponto brilhante é luz reflectida do núcleo do cometa, vemos apenas um ponto porque o Hubble não consegue resolver o núcleo do cometa. O núcleo é um objecto com uma forma elipsoidal, com 14 quilómetros de largura e 4 quilómetros de comprimento. A observação do núcleo do Tempel 1 pelo Hubble é complicada, é equivalente à observação de uma batata em Estocolmo a partir de Madrid. A imagem à direita, obtida cerca de 7 horas depois, às 14:15 (TU) mostra o jacto - área brilhante com a forma de pá de ventoínha. O jacto extende-se por 2.200 quilómetros, que é aproximadamente a distância de Copenhaga a Atenas.

Os cometas sofrem, por diversas vezes durante o seu percurso em direcção ao Sol, erupções deste tipo. Estas podem ter diversas causas: a poeira e gás que se encontram encerrados sob a superfície gelada do cometa poderão conseguir escapar través de fracturas que se vão formando no gelo, devido ao natural aumento de temperatura, dando origem a jactos de material; por outro lado é também possível um um pedaço da própria crusta do cometa se liberte, devido à pressão do gás aquecido que se encontra por debaixo da superfície do cometa. Esta crusta porosa pode posteriormente fraccionar, dando origem a jactos semelhantes ao observado pelo Hubble. Quaquer que seja a causa, sabe-se que estas formações de matéria rapidamente se dissipam.

A esperança dos astrónomos é que o impacto do próximo dia 4 de Julho desencadeie uma maior erupção de matéria, permitindo que o material que se encontra encerrado no interior do cometa há milhares de milhões de anos saia para o exterior.

O encontro do Deep Impact com o Tempel 1 irá ser o mote para uma das maiores campanhas de observação jamais levada a cado pelos melhores observatórios terrestres e espaciais. Do Hawaii (EUA) ao Chile, passando por observatórios na África do Sul e Canárias, e ainda com a colaboração do Hubble, Spitzer (NASA) e Chandra (NASA), todos os "olhos" da Astronomia estarão a virados na direcção da constelação da Virgem, à espera do impacto

Informações adicionais
http://hubblesite.org/newscenter/newsdesk/archive/releases/2005/16/
ESO
NASA