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Centro de Astrofísica da Universidade do Porto
Em busca de planetas extra-solares

Através da observação de um fenómeno conhecido por trânsito, a missão CoRoT deverá descobrir umas dezenas de planetas telúricos isto é, corpos celestes com caracteristicas semelhantes aos planetas rochosos do nosso sistema solar a orbitar em volta de outras estrelas.

A existência de sistemas planetários para além do nosso sistema solar tem vindo a ser repetidamente comprovada, ao longo da última década. De facto, mais de 200 planetas extra-solares foram descobertos até hoje a orbitar em torno de outras estrelas. A maioria destes planetas são gigantes gasosos, algo semelhantes a Júpiter. A sua descoberta foi possível através da analise da perturbação que os mesmos causam no movimento da estrela em torno da qual descrevem a sua órbita. Pelo contrário, a detecção de pequenos planetas rochosos constitui, ainda hoje, um enorme desafio para a astronomia.

O método mais promissor para a descoberta de planetas semelhantes à Terra, a orbitar em torno de outras estrelas, consiste na observação de uma redução no brilho da estrela central, quando o planeta passa em frente da mesma. Este alinhamento, entre a estrela, o planeta e o observador, é conhecido por trânsito e é observado ocasionalmente no nosso sistema solar, quando Mercúrio ou Vénus passam em frente do Sol. Quando um planeta semelhante a Júpiter passa em frente da estrela em torno da qual orbita, cerca de 1% da luz emitida pela estrela é bloqueada. Do ponto de vista do observador, o brilho da estrela aparece reduzido, voltando ao seu valor normal quando o trânsito termina. No caso de se tratar do trânsito de um planeta semelhante à Terra, a luz da estrela é reduzida apenas cerca de uma parte em dez mil.

Durante os próximos três anos, o CoRoT observará milhares de estrelas em busca de pequenas variações de brilho que possam estar associadas a trânsitos de planetas orbitando em torno das mesmas. Das observações deverá resultar a descoberta de um número significativo de novos planetas gigantes e algumas dezenas de pequenos planetas rochosos. Por seu turno, estas descobertas abrirão novos horizontes no conhecimento da formação e evolução de sistemas planetários em torno de outras estrelas, que não o Sol. Deverá, por isso, abrir uma nova porta no entendimento não só dos misterios das estrelas, mas dos misterios do Universo como um todo.