Mapa do Site
Contactos
Siga-nos no Facebook Siga-nos no Twitter Canal YouTube
Centro de Astrofísica da Universidade do Porto
21 setembro 2009

A equipa liderada por Jorge Meléndez, astrónomo do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), descobriu uma relação entre a composição química do Sol e a presença de planetas rochosos. Este resultado poderá ser essencial para a descoberta de planetas semelhantes à Terra, à volta de estrelas semelhantes ao Sol.

Meléndez e a sua equipa estudaram a composição química do Sol e de estrelas semelhantes. Estes estudos revelaram que o Sol é ligeiramente mais pobre em elementos refractários em relação aos elementos voláteis, do que a maior parte das estrelas semelhantes.

No entanto, esta diferença é tão pequena que só recentemente, com a ajuda de instrumentos de alta resolução dos telescópios Magalhães (Observatório de Las Campanas, Chile), mais tarde confirmadas pelo observatório W.M. Keck (Mauna Kea, Havai), foi possível detectá-la.

“Durante os últimos 140 anos o Sol foi considerado uma estrela normal, devido aos grandes erros nos dados. Estes novos dados de alta precisão permitiram-nos eliminar muitas fontes de erro, e descobrir que o Sol tem afinal uma composição química anómala”, disse Meléndez.

A quantidade em falta destes elementos é semelhante à que existe na composição de todos os planetas rochosos combinados. Mas esta diferença não é observada, por exemplo, em estrelas semelhantes ao Sol à volta dos quais se conhecem planetas gasosos interiores. Os astrónomos sugerem que esta diferença na composição da estrela é devida à condensação dos elementos refractários em poeiras, que eventualmente deram origem a planetas rochosos.

Para Meléndez, “este resultado torna a caça a outras Terras mais fácil, porque permite-nos seleccionar só as estrelas que apresentem uma composição química alterada por planetas semelhantes à Terra”.

 

Notas
Os elementos refractários (como Alumínio, Ferro ou Silício) são os que formam poeiras e têm uma elevada temperatura de condensação, enquanto os voláteis (como Enxofre, Oxigénio ou Zinco) têm baixas temperaturas de condensação.

A descoberta foi anunciada em Agosto na Assembleia Geral da União Astronómica Internacional (Rio de Janeiro, Brasil), e foi agora aceite para publicação na revista científica The Astrophysical Journal Letters.

 

Informações adicionais
Artigo científico

 

Contactos
Jorge Meléndez
Tel: 22 608 98 55

Núcleo de Divulgação do CAUP
Ricardo Cardoso Reis
Filipe Pires
Tel: 22 608 98 36/5

1. Sol e espectro visível da nossa estrela. (Imagem: Filipe Pires (CAUP) / John A. Blackwell) 2. Gráfico com as abundâncias relativas dos elementos que compõem o Sol. (Gráfico: Melendéz et al.)