![]() Uma equipa de cientistas europeus, utilizando o telescópio espacial Hubble, da NASA/ESA, mediu com precisão as velocidades de mais de 700 estrelas de um enxame estelar jovem e verificaram que este enxame ainda não se encontra em equilíbrio. A nebulosa NGC 3603 possui, na sua região central, um dos enxames estelares mais compactos conhecidos na nossa galáxia, apresentando uma massa superior a 10,000 vezes a massa do Sol concentrada numa região com apenas 3 anos-luz de diâmetro (ou seja, uma distância inferior à que separa o Sol da estrela mais próxima). Este enxame encontra-se a cerca de 20,000 anos-luz de distância e as suas estrelas são extremamente jovens, tendo sido formadas há apenas 1 milhão de anos atrás (o Sol, que se encontra a meio da sua vida, tem já quase 5 mil milhões de anos de idade). Realizando duas observações deste enxame com um intervalo de 10 anos e medindo as velocidades das suas estrelas, os cientistas pretendiam verificar se as previsões dos modelos de evolução de enxames concordavam com as observações. No entanto, a medição das velocidades destas estrelas exige a detecção de variações extremamente pequenas nas suas posições, tendo sido necessários dois anos para analisar as imagens de forma a obter a precisão necessária: uma fracção de 1/27 milhões de segundo de arco, idêntica ao tamanho aparente de um cabelo humano observado a 800 km de distância! Após a análise da velocidade de mais de 700 estrelas, esta equipa verificou que as velocidades não seguiam ainda uma distribuição dependente da massa das estrelas, o que indica que este enxame ainda não se encontra em equilíbrio dinâmico e, por isso, deverá continuar a sofrer alterações até se tornar num enxame globular. Para mais informações: |
1. Nebulosa e enxame NGC 3603 (NASA/ESA) | 2. Comparação das imagens do enxame obtidas com 10 anos de intervalo (NASA/ESA/W. Brandner/B. Rochau/A. Stolte) |