![]() O Astrónomo Nuno Cardoso Santos (investigador do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) e professor afiliado dep. Física e Astronomia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto) recebeu hoje, na Arménia, o primeiro prémio internacional Viktor Ambartsumian. O prémio, partilhado com os seus colegas Michel Mayor (Observatório de Genebra) e Garik Israelian (IAC), foi atribuido pelo trabalho no estudo das estrelas que têm planetas em órbita, e que fornecem indícios essenciais para a compreensão dos processos de formação planetária. O Prémio Viktor Ambartsumian é atribuído de dois em dois anos e distingue investigadores, de qualquer país, por excepcionais contributos para a ciência. Este ano foram nomeados 14 investigadores ou equipas, cabendo o prémio ao trio liderado pelo Professor Michel Mayor, que em 1995 co-descobriu o primeiro exoplaneta à volta de uma estrela do tipo solar (51 Pegasi). O júri que atribuiu o prémio é composto por físicos e astrónomos de renome, dos quais se destacam Sir Martin Rees (Master do Tinity College da Universidade de Cambridge), a Prof. Catherine Cesarsky (ex directora geral do ESO e ex presidente da União Astronómica Internacional) ou o prof. Geoffrey Burbidge (editor das revistas The Astrophysical Journal e Annual Review of Astronomy and Astrophysics). Nuno Santos é autor de 128 artigos científicos publicados, com mais de 5200 citações. Ao receber a notícia do prémio, comentou: “Estou obviamente muito feliz. Espero sobretudo que este reconhecimento possa, de alguma forma, ajudar a astronomia nacional a fazer cada vez mais e melhor”. Para tal o investigador lidera a equipa do CAUP que coordena a componente nacional do consórcio ESPRESSO. Nos dias de hoje são conhecidos cerca de 500 planetas extra-solares, muitos dos quais (em especial os de pequena massa) descobertos pela equipa liderada pelo professor Michel Mayor. Entre eles está o mais pequeno exoplaneta descoberto, Gliese 581e, com apenas 1,9 massas da Terra. Apesar do já elevado número de planetas extra-solares detectados, os mecanismos de formação destes sistemas são ainda pouco compreendidos. Por isso a equipa dedica-se também a tentar compreender melhor as propriedades destes sistemas planetários (e das suas estrelas-mãe), de modo a melhorar os actuais modelos de formação planetária. O primeiro prémio internacional Viktor Ambartsumian atribuiu cerca de 385 000 euros (500 mil dólares), a ser distribuído pelos três investigadores. Notas: |