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Centro de Astrofísica da Universidade do Porto
8 agosto 2011

Durante décadas, os astrónomos têm procurado moléculas de oxigénio nas nebulosas moleculares mas têm encontrado cerca de 100 vezes menos oxigénio do que o esperado. As recentes observações do Observatório Espacial Herschel, da ESA, permitiram finalmente aos astrónomos perceber onde poderá estar o oxigénio “em falta” no Universo.

As nebulosas moleculares são o local de formação de novas estrelas e planetas. Estas grandes nuvens interestelares de gás frio são muito ricas num grande número de compostos químicos, incluindo moléculas relativamente complexas, e os astrónomos analisam exaustivamente a sua composição para melhor compreender os processos de formação estelar.

O oxigénio, essencial aos seres vivos mais complexos, é o terceiro elemento mais comum no universo e pode ser encontrado sob diferentes formas: átomos isolados, moléculas de oxigénio (vulgarmente representadas por O2) ou como parte de outras moléculas, como água ou monóxido de carbono, por exemplo.
As previsões teóricas indicam que deveríamos encontrar uma fração muito significativa de oxigénio sob a forma de oxigénio molecular nas nebulosas moleculares mas as buscas realizadas até agora têm encontrado cerca de 100 vezes menos do que o esperado.

Uma das teorias para explicar esta discrepância entre a abundância prevista e a detetada, afirma que uma parte desse oxigénio poderia aderir à superfície de grãos de poeira e reagir com outros elementos, formando vários compostos, incluindo água.

Agora, os astrónomos observaram uma das nebulosas moleculares mais próximas da Terra – a nebulosa de Orion – com o satélite Herschel e verificaram que, nas imediações de estrelas recém-formadas, a concentração de oxigénio molecular é cerca de 10 vezes superior à normalmente encontrada nestas nuvens.

Assim, esta descoberta permitiu confirmar que o oxigénio em falta está realmente aprisionado sob a forma de água na superfície de grãos de poeiras: as estrelas recém-formadas estão a aquecer o gás à sua volta, evaporando a água congelada na superfície desses grãos. Estas moléculas de água vão posteriormente participar em reações químicas e voltam a libertar oxigénio molecular, que os astrónomos agora conseguiram detetar.

Para mais informações
Comunicado de imprensa da ESA
Comunicado científico da ESA

1. Nebulosa de Orion (NASA, ESA, M. Robberto, Hubble Space Telescope Orion Treasury Project Team) 2. Região do céu à volta da nebulosa de Orion (STScI Digitized Sky Survey)