Impacto da Energia Escura na Dinâmica de Enxames de Galáxias Principal investigator Mais de uma década passou desde a primeira evidência observacional para a aceleração da expansão do Universo, através da observação de supernovas distantes. Desde então, um número crescente de dados observacionais independentes confirmou que o Universo está realmente a acelerar, o que culminou com a atribuição do Prémio Nobel da Física de 2011, pela Academia Real das Ciências da Suécia, a Saul Perlmutter, líder da equipa do projeto 'Cosmologia com supernovas', e a aBrian Schmidt e Adam Riess, líderes da equipa do projeto 'Procura de supernovas a desvio para o vermelho elevado'. No contexto da Relatividade Geral, esta aceleração só é explicável se o nosso Universo for dominado por uma componente exótica, conhecida como energia escura, que viola a condição de energia forte. Os limites observacionais à equação de estado da energia escura são consistentes com a possibilidade desta ser descrita por uma constante cosmológica. No entanto, o valor desta constante teria que ser inferior em cerca de 120 ordens de magnitude ao valor previsto pela teoria quântica de campo. Outro problema fundamental associado à constante cosmológica, denominado problema da conincidência, está relacionado com o facto de a aceleração do Universo observada ter sido iniciada a um desvio para o vermelho inferior a 1. Estes problemas podem ser aliviados no contexto de modelos dinâmicos de energia escura, em que a densidade de energia desta componente evolui no espaço e no tempo. Os modelos usuais de energia escura consideram um acoplamento m´nimo entre matéria escura e energia escura em que esta última possui uma velocidade do som da ordem da velocidade da luz, o que resulta em flutuações de densidade relativamente pequenasnesta componente. No entanto, não existem razões fortes para não considerar a possibilidade da existência de flutuações apreciáveis na densidade de energia escura ou a presença de um acoplamento não mínimo entre matéria e a energia escura. Embora estas duas componentes, no seu conjunto, sejam responsáveis por cerca de 96% do conteúdo energético do Universo, a sua natureza é ainda, em grande medida, desconhecida.Esta situação deverá alterar-se substancialmente com a missão EUCLID, missão espacial de classe média do programa Cosmic Vision 2015-2025 da ESA, que foi recentemente aprovada paraa ser lançada em 2020. Em Portugal esta missão tem como afiliados o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) e o Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa (CAAUL). O objectivo científico principal da missão é a caracterização das propiedades da energia escura, incluindo a evolução da sua equação de estado com o desvio para o vermelho com uma precisão sem precedentes. Funding institution Start: 1 January 2013 |