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PORQUE ACONTECEM OS ECLIPSES
Um eclipse acontece sempre que um corpo celeste entra na sombra de outro.Os eclipses da Lua ocorrem quando a Terra passa directamente entre a Lua e o Sol. Quando a Lua passa directamente entre a Terra e o Sol, ocorre um eclipse do Sol e a Lua projecta a sua sombra sobre a superfície da Terra. O eclipse anular do Sol é um tipo especial de eclipse parcial. Durante um eclipse anular a Lua passa em frente ao Sol, mas acaba por não tapar completamente o disco da nossa estrela. Embora o Sol seja cerca de 400 vezes maior que a Lua, também se encontra cerca de 400 vezes mais afastado. Do nosso ponto de vista o diâmetro angular da Lua o do Sol no céu é praticamente o mesmo - cerca de 0.5º. É por esta razão que a Lua parece "caber" perfeitamente no disco solar durante um eclipse total, tapando o brilhante disco, permitindo ver a atmosfera exterior do nossa estrela, a chamada coroa ou corona solar, durante os preciosos momentos de totalidade. A sombra da Lua pode dividir-se em duas regiões: a umbra e a penumbra. A umbra é a região interior e mais escura da sombra. Pode atingir os 80 quilómetros de extensão e a área que cobre é conhecida como 'região de totalidade'. Um observador que veja o eclipse numa região de umbra irá vê-lo como eclipse total. Em torno da umbra existe a penumbra, que pode atingir milhares de quilómetros de extensão. Os observadores que se encontrem numa região de penumbra verão o eclipse apenas como parcial.
Esquema representativo de um eclipse solar. As dimensões dos astros não se encontram à escala. Quando a Lua parece ser maior, ou ter o mesmo tamanho do Sol, os eclipses totais acontecem. Se um eclipse ocorre na altura em que a Lua está mais longe da Terra, o seu diâmetro aparente será menor que o do Sol, e dá-se um eclipse anular. Neste caso, permanece visível em volta da silhueta do Sol um anel de luz. Será exactamente isto que irá acontecer no próximo dia 3 de Outubro.
PORQUE NÃO VEMOS UM ECLIPSE A CADA LUA NOVA?
Para além da órbita da Lua em torno da Terra não ser um círculo, esta também não é feita segundo o mesmo plano. O plano orbital da Lua tem um desvio de 5% em relação ao plano da órbita da Terra em torno do Sol (conhecido como eclíptica). Embora 5% seja um valor aparentemente pequeno, é suficiente para que seja raro o alinhamento perfeito dos três astros - Sol, Lua e Terra.
Esquema representativo das órbitas da Terra e da Lua, onde podemos ver que as 2 órbitas não se encontram no mesmo plano. Existem assim, duas épocas ao longo de um ano em que podem ocorrer eclipses, mas devido às perturbações gravitacionais sofridas pela órbita da Lua, estas épocas variam com o tempo. Deste modo, os alinhamentos verificam-se a cada 173 dias. EXISTE UM CICLO PARA OS ECLIPSES?
Sim, existe.A frequência e ocorrência de um eclipse é regulada pelo Ciclo de Saros, que é um período com aproximadamente 6.585,3 dias (18 anos, 11 dias e 8 horas). O ciclo de Saros surge da combinação de três períodos orbitais da Lua:
Uma típica série de Saros pode ser composta por 70 a 80 eclipses, 50 dos quais centrais (totais ou anulares). Como anualmente ocorrem entre dois e cinco eclipses, há aproximadamente quarenta séries de Saros e decorrer em simultâneo. Quando uma série velha termina, novas estão a começar e tomam o seu lugar. Como exemplo podemos usar a série de Saros 145, da qual fazem parte os eclipses (centrais) do Sol de 1891, 1909, 1927, 1945, 1963, 1981, 1999, 2017, 2035 e 2053. Esta série teve início em 1639 com um eclipse parcial que ocorreu próximo do Pólo Norte. O primeiro eclipse central desta série aconteceu em 1891 ao qual se seguiu um eclipse anular em 1927. O eclipse total de 1999, que foi visto como parcial desde Portugal, foi o 5º eclipse total desta série. Ao todo serão 41. Esta série terminará em 3009, e o seu último eclipse total ocorrerá em 2648, e será visível na região próxima do Pólo Sul. O eclipse do dia 3 de Outubro será o 43º eclipse da série de Saros 134. A série teve início a 22 de Junho de 1248, com um eclipse parcial, ao qual se seguiram mais 9. Os primeiros oito eclipses centrais foram totais, depois ocorreram 16 eclipses híbridos. O primeiro eclipse completamente anular aconteceu a 8 de Julho de 1861. O último eclipse anular desta série acontecerá a 21 de Maio de 2384. Até ao seu final em 6 de Agosto de 2510, esta série ainda produzirá 7 eclipses parciais. Um outro ciclo de eclipses é o Inex. O Inex é definido como o período de 358 meses sinódicos. O Inex é útil pois marca o intervalo de tempo entre duas séries de Saros consecutivas. |
FILME DO ECLIPSE
Eclipse visto do Porto, por telescópio, na fase de máximo.
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Última alteração: 2005/Out/04
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